Análise do entorno: o ponto de partida de todos os projetos

Antes de dar início a um projeto, é necessário fazer alguns estudos que vão nortear o profissional da construção civil a tomar decisões acertadas ao longo do processo de desenvolvimento. Além de conhecer o cliente, seus gostos, expectativas e necessidades, é necessário conhecer o terreno e o contexto em que está envolvido.

Ao processo de reconhecimento do terreno e seu contexto damos o nome de  “análise do entorno” e é uma etapa importante em projetos de construção e urbanismo, pois permite avaliar as condições do local onde será implantada determinada obra ou intervenção, identificar oportunidades e limitações, prever possíveis problemas e avaliar a viabilidade do projeto.

No entanto, fazer uma análise do entorno é um processo que considera diversos aspectos físicos, sociais, ambientais e legais, e deve ser feito de forma eficiente para que nenhum detalhe passe despercebido. 

E, mais do que captar dados e informações é necessário saber interpretá-los para auxiliar na tomada de decisão e na escolha do partido arquitetônico. Pensando nisso, elaboramos um artigo que vai te ajudar com as seguintes dúvidas:

Aproveite a leitura!

‍Como descrever o entorno?

Ao fazer a análise do entorno é necessário observar cuidadosamente todas as características do ambiente circundante. Essa descrição pode ser feita a partir da identificação de diferentes elementos que compõem o entorno, tais como:

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• Análise solar: no terreno é importante porque permite avaliar o potencial de aproveitamento da energia solar naquele local. A partir da análise solar, é possível obter informações como a incidência solar na região, a direção e inclinação ideais para a instalação dos painéis solares, o sombreamento de construções e árvores que podem afetar o rendimento do sistema, entre outras.
• Clima: o clima é o conjunto de condições atmosféricas que caracterizam uma determinada região, incluindo temperatura, umidade, ventos, precipitação, entre outros. Descrever o clima do entorno permite avaliar as possíveis interferências que essas condições climáticas podem ter em um projeto, como por exemplo a necessidade de medidas para controle de erosão. Além disso, o levantamento do microclima da região influencia diretamente na escolha de materiais ou acabamentos, além do direcionamento de aberturas e previsão de isolamento térmico. 
• Geologia: a geologia é o estudo das rochas, solos e minerais que compõem a crosta terrestre. A descrição da geologia do entorno permite identificar possíveis problemas relacionados à instabilidade do solo, como a presença de solos argilosos ou rochas fraturadas. Dessa forma é possível prever e dimensionar da melhor maneira a estrutura e tipo de fundação a ser utilizada.
• Vegetação: a vegetação é o conjunto de plantas que compõem a paisagem do entorno. A descrição da vegetação permite avaliar a importância de áreas verdes para o entorno, a presença de espécies que podem interferir em um projeto, entre outros.
• Topografia: a topografia é o estudo das formas do relevo, e inclui aspectos como a inclinação do terreno, a presença de morros, montanhas, vales, planícies, entre outros. Descrever a topografia do entorno permite entender as possíveis interferências que essas formas de relevo podem ter em um projeto, como deslizamentos de terra, erosões, previsão de platô, arrimos entre outros.
• Hidrografia: a hidrografia é o estudo das águas que compõem a paisagem do entorno, incluindo rios, lagos, nascentes, entre outros. Descrever a hidrografia permite identificar a importância desses recursos hídricos para o entorno, bem como avaliar possíveis riscos de enchentes, alagamentos, entre outros.
• Ruído: A análise dos ruídos deve ser feita para constatar se os níveis de ruídos influenciaram ou não a nova construção. Com essas informações é possível prever no projeto barreiras vegetais ou elementos acústicos  que podem amenizar ruídos no interior da edificação.
• Elementos urbanos e rurais: os elementos urbanos e rurais são as construções e estruturas que compõem o entorno, incluindo casas, prédios, hospitais, escolas, estradas, pontes, usinas, entre outros. Descrever os elementos urbanos e rurais permite avaliar a importância dessas estruturas para o entorno, bem como identificar possíveis riscos ou problemas relacionados a esses elementos.
• Hierarquia viária: A hierarquia viária compreende a organização das vias públicas em diferentes níveis de importância e função, e a influência que o trânsito tem sobre o terreno, bem como o impacto que uma nova edificação pode exercer sobre o fluxo de veículos no local, podendo aumentar significativamente a circulação de pessoas e veículos na região. Dessa forma é possível alocar de dimensionar da melhor forma possível os acessos ao terreno.
• Infraestrutura: Fazer o levantamento da existência ou não de infraestrutura no local de intervenção é fundamental. É necessário observar se a localidade possui serviços como: rede de abastecimento de água, rede de coleta seletiva, abastecimento de energia elétrica, rede coletora de esgoto, rede de drenagem, pavimentação, iluminação pública e afins. 
• Análise do contexto social: explorar o contexto em que o terreno está inserido também é importante. Entender como as pessoas se comportam em relação ao terreno, como são as edificações análogas, quais atividades são exercidas nas proximidades ajudam na definição do partido arquitetônico para que o entorno “converse” com a área de intervenção.
• Aspectos legais: Não podemos nos esquecer que realizar a análise do entorno envolve investigar a legislação pertinente ao local. Verificar o uso do solo e zoneamentos da região é fundamental para começar o projeto 

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O que é o entorno do terreno?

O entorno do terreno se refere a áreas análogas ao terreno, incluindo suas características físicas, sociais, econômicas e ambientais. O entorno pode abranger uma ampla gama de elementos, tais como outras propriedades vizinhas, estradas e vias de acesso, parques, rios, áreas verdes, zonas comerciais e residenciais, e outras construções e equipamentos urbanos.

A análise do entorno do terreno é importante para avaliar as condições e características do ambiente que pode influenciar a construção e uso da área, incluindo os impactos de elementos externos sobre a propriedade, como ruídos, poluição do ar e do solo, tráfego, entre outros. Realizar o levantamento do entorno também permite avaliar as oportunidades e limitações para o uso e aproveitamento da área, incluindo as restrições legais, normas e regulamentos aplicáveis, e as possibilidades de valorização do terreno.

Os resultados da análise do entorno do terreno são usados principalmente pelo profissional da construção para orientar a concepção de projetos de construção e desenvolvimento urbano, e para identificar as necessidades e prioridades para a implementação de ações de planejamento e gestão do ambiente urbano. 

A análise do entorno do terreno também é importante para a tomada de decisões estratégicas em relação a compra, venda, locação ou desenvolvimento de propriedades, e para garantir o uso sustentável e responsável do ambiente urbano. Por isso é interessante contar com a consultoria de um profissional qualificado antes mesmo de realizar a compra do terreno, dessa forma é possível fazer uma aquisição mais assertiva e alinhada com as expectativas do cliente. 

O que é o entorno imediato?

O entorno imediato é uma das dimensões da análise do entorno do terreno e refere-se ao ambiente imediatamente ao redor do terreno, em uma distância próxima. Geralmente, o entorno imediato é composto pelas propriedades vizinhas, ruas e avenidas adjacentes, equipamentos urbanos, áreas verdes e outras características que afetam diretamente o uso e aproveitamento do terreno em questão.

Na análise do entorno imediato, são avaliados aspectos como a topografia do terreno e das áreas circunvizinhas, a infraestrutura urbana disponível, as condições de segurança pública, a presença de equipamentos públicos como escolas, postos de saúde e creches, o fluxo de trânsito nas ruas próximas, sistema de transporte público e as condições de iluminação pública.

A análise do entorno imediato é importante para identificar as oportunidades e limitações para a construção e desenvolvimento do terreno em questão, bem como para avaliar os riscos e potenciais problemas que podem afetar a qualidade de vida dos moradores e usuários da área. Por exemplo, a presença de um shopping pode gerar elevados níveis de ruído e aumentar o fluxo de pessoas e veículos, o que pode afetar a qualidade de vida das pessoas que vivem no entorno. Da mesma forma,  se o entorno imediato for uma região com muitas áreas verdes, pode haver oportunidades para a implantação de projetos que valorizem essa característica. Ou seja, a análise do entorno imediato visa também respeitar as características existentes na região para que não haja descaracterização da localidade.

Em resumo, a análise do entorno imediato é um dos principais passos na avaliação do potencial e das limitações de um terreno, permitindo que os profissionais envolvidos no planejamento e gestão urbana tomem decisões informadas e responsáveis para o desenvolvimento da área

Como fazer uma análise de um terreno?

Para fazer análise completa de um terreno, é necessário compilar informações obtidas in loco, através de levantamentos que a própria prefeitura oferece, e até mesmo levantando dados históricos da região. Essas informações podem ser agrupadas em um relatório, a fim de facilitar a análise. alguns aspectos devem ser contemplados no relatório: :

• Identifique as informações básicas: Comece o relatório com as informações básicas sobre o terreno, como a localização, as dimensões, a topografia, a vegetação, a infraestrutura, o acesso, entre outras características relevantes.

• Análise do entorno: Descreva o entorno imediato do terreno, incluindo as edificações e construções vizinhas, o nível de conservação das edificações e outras informações relevantes. É importante também considerar a infraestrutura urbana do entorno, como as redes de água, esgoto, energia elétrica, transporte público e outros serviços públicos.

• Faça uma avaliação do solo: Considere a qualidade do solo, a presença de nascentes ou rios, e outras informações relevantes.

• Verifique a legislação: Verifique as leis de zoneamento, uso e ocupação do solo, e outras normas aplicáveis à região, para entender as restrições e possibilidades para o uso do terreno. Inclua tabelas contendo os índices urbanísticos a serem respeitados. 

• Analise o mercado: Considere as demandas do mercado para determinados tipos de uso do terreno, como residencial, comercial, industrial, entre outros.

• Faça registros fotográficos: Fotografias compõem um item importante do relatório de análise do entorno, pois ajudam a ilustrar as características do terreno. As fotos também podem ajudar a destacar problemas, desafios ou oportunidades relacionados ao terreno.

Ao incluir o registro fotográfico no relatório, é importante que as imagens sejam claras e bem ilustrativas, de forma a permitir que o leitor do relatório entenda facilmente as informações apresentadas.

Lembre-se de que as fotografias devem ser acompanhadas de legendas explicativas, destacando as principais características e informações relevantes de cada imagem. Além disso, é válido que as fotografias sejam registradas com data e hora, para que se possa verificar a sua atualidade.

• Mapas e plantas: é importante incluir mapas e plantas de localização e situação no relatório de análise do entorno. Esses documentos ajudam a contextualizar a localização do terreno e suas características em relação à região ao seu redor.

O mapa de localização deve mostrar a posição do terreno em relação à cidade, bairros e principais vias de acesso, facilitando a compreensão da sua posição geográfica e da sua relação com os demais pontos de referência. 

Já a planta de situação deve apresentar a área do terreno e sua relação com as edificações vizinhas, as vias públicas e os elementos de destaque do entorno.

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Esses mapas e plantas também podem ser úteis para identificar fatores que possam influenciar o uso e ocupação do terreno, como áreas de preservação ambiental, restrições de zoneamento e outras regulamentações locais.

Ao incluir os mapas e plantas no relatório, é importante que eles sejam legíveis e possam ser facilmente compreendidos pelo leitor. Eles também devem estar acompanhados de uma legenda explicativa que destaque as principais informações e características apresentadas.

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• Conclua o relatório: Conclua o relatório destacando as principais informações e conclusões obtidas durante a análise do terreno, indicando as possibilidades e restrições para o seu uso e ocupação.

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Como podemos ver, a análise do terreno é fundamental para a realização de qualquer projeto de construção, uma vez que fornece informações fundamentais para a concepção do projeto e a sua viabilidade econômica e técnica. Somente com essas informações em mãos é possível iniciar o projeto assertivo considerando todas as particularidades da região. 

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Até a próxima,

Equipe Vobi

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Referências:

https://projetos.highti.com.br/dataland/

https://blog.racon.com.br/

https://tecplaner.com.br/blog/

http://conselhos.sjp.pr.gov.br/wp-content/uploads/2017/07/FBM_ADMINISTRADORA_BENS_SERVI%C3%87O2_COSTEIRA..pdf

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