A elaboração de um projeto de arquitetura e interiores envolve muitas etapas, dentre elas a escolha da tinta ideal para o ambiente. Além, é claro, de determinar a cor que melhor combina com o espaço, é preciso definir qual tipo de tinta e acabamento serão utilizados. Essa decisão é imprescindível e impacta diretamente no resultado final da pintura.
Tinta acrílica, esmalte, látex, fosca, acetinada ou brilhante? O fato é que o universo das tintas é amplo e para te ajudar a tirar todas as suas dúvidas, elaboramos este artigo completo. Ao final da leitura você irá saber como escolher o melhor tipo de tinta e acabamento para o seu projeto. Confira:
Tipo de tinta
Como já dito, atualmente, existem diversos modelos de tintas e acabamentos disponíveis no mercado. Por isso, antes de mais nada, é preciso estabelecer em qual superfície a tinta será aplicada. Isso porque, há um tipo de tinta específico tanto para ambientes internos quanto para externos, cada uma com suas características.
Tinta acrílica
A tinta acrílica é feita à base de água e, portanto, é ideal para paredes de alvenaria. Ela funciona bem em ambientes internos e externos, pois é um material de fácil lavagem, diminuindo a necessidade de manutenção.
Existem três acabamentos disponíveis para esse tipo de tinta: acetinado, semi-brilho e fosco (iremos falar mais detalhadamente sobre cada um nos próximos tópicos). Por ser à base de água, a tinta acrílica é facilmente diluível. Outra grande vantagem da tinta acrílica é seu curto tempo de secagem.
Mas lembre-se: para evitar bolhas durante o processo de secagem, antes da pintura, é importante verificar se as superfícies estão devidamente impermeabilizadas.
Tinta esmalte
A tinta esmalte pode ser à base de solvente ou de água e é bastante resistente às intempéries climáticas como, por exemplo, à ação da chuva e do sol. Depois de seca, ela cria uma película no local de aplicação, criando uma espécie de camada protetora. Por isso, geralmente são usadas em superfícies de madeira e de metal, principalmente em áreas externas.
Mas é importante ficar atento ao tempo de secagem. Esmaltes à base de solvente demoram mais a secar e apresentam cheiro forte. Em contrapartida, os à base de água não possuem esse problema.
Tinta látex
A tinta látex, também conhecida como PVA, é um tipo de tinta à base de água e de secagem rápida, indicada apenas para ambientes internos. É encontrada somente no acabamento fosco, oferece pouca resistência ao sol e, apesar de ter a mesma base da acrílica, tem baixa lavabilidade.
É indicada, principalmente, para pintar o teto ou paredes internas que não necessitem de manutenção constante, pois tem características de resistência ao mofo, mas apresenta um leve odor. Ela também pode ser usada em alvenaria, gesso e madeira.
Tinta epóxi
A tinta epóxi pode ser à base de solvente ou de água e é uma tinta resistente à ação do tempo e de produtos químicos. Por apresentar alta resistência ao atrito, a tinta epóxi é a melhor opção para ambientes de grande circulação, como garagens, hospitais, quadras esportivas e etc. São frequentemente utilizadas, também, para pintura de paredes de azulejos em banheiros e cozinhas.
Quais são os acabamentos de tinta?
Existem também no mercado diferentes acabamentos disponíveis para cada tipo de tinta. São eles:
Tinta fosca
O acabamento fosco ajuda a disfarçar defeitos e pequenas ondulações da superfície, sendo possível realizar retoques. Além disso, tem a capacidade de tornar a iluminação mais difusa e agradável. Possui um aspecto opaco, por isso é indicado para paredes e tetos. Geralmente, esse acabamento é encontrado nas tintas acrílicas e látex.
Tinta acetinada
O acabamento acetinado possui um leve toque de brilho, mas ainda sim tem um aspecto mais aveludado. Apesar de não disfarçar tanto as imperfeições como a tinta fosca, a tinta acetinada tem maior durabilidade, maior resistência ao desgaste e mais facilidade de limpeza. Pode ser aplicada tanto em paredes, como portas e rodapés.
Tinta semi-brilho
O acabamento semi-brilho possui um nível de brilho intermediário, que fica entre o acetinado e o brilhante. Por isso, é ideal para locais com alta umidade e que sejam lavados com frequência, como cozinhas, lavanderias e banheiros.
Tinta brilhante
O acabamento brilhante, como o nome já diz, possui um aspecto de brilho reluzente. Aplicando-se em torno de quatro camadas com intervalos de secagem, consegue-se um efeito próximo ao da laca. É utilizado principalmente em portas e janelas, mas não é muito indicado para paredes ou tetos, pois acentuam defeitos e imperfeições. A tinta brilhante é bastante resistente e de fácil limpeza.
Textura
“A textura é a escolha certa para quem deseja criar diferentes formas e acabamentos. Existe uma infinidade de desenhos para aplicação deste tipo de tinta, que também oferece alta durabilidade e protege a alvenaria da umidade.”
Por isso, para ambientes externos, onde a exposição a intempéries é maior, tintas com textura são excelentes alternativas.
Resumindo:
- Quanto menor o brilho maior a capacidade de disfarçar irregularidades na superfície e disfarçar imperfeições;
- Quanto menor o brilho maior a capacidade de tornar a iluminação mais difusa e agradável;
- Quanto mais brilhante, mais fácil de limpar;
- Quanto mais brilhante, maior a resistência da tinta.
7 dicas de como escolher o tipo de tinta certo para o seu projeto
1. Tenha planejamento
Antes mesmo de escolher o tipo de tinta que será utilizado no projeto, é importante analisar o cômodo e o estado das paredes. Além disso, um fato determinante é saber se o ambiente é interno ou externo.
“Em cozinhas, as tintas resistentes e de fácil lavagem facilitam o dia a dia do morador. Nas salas, os tons discretos corroboram para esconder imperfeições e são mais aconchegantes.”
2. Considere a superfície em que a tinta será aplicada
É importante levar sempre em conta a superfície em que a tinta será aplicada. Por exemplo, no caso de azulejos, as tintas epóxi são as mais indicadas, pois tem ótima aderência em superfícies extremamente lisas e resistência à umidade. Já para madeiras e metais, o esmalte sintético é a opção mais recomendada. Em ambos os casos, a preparação da superfície é fundamental para o sucesso da pintura.
3. Defina as cores
As cores de um ambiente podem influenciar o bem-estar da pessoa. Por este motivo, definir as cores que serão utilizadas também faz parte do processo de escolha da tinta. Para facilitar, você pode se basear no círculo cromático, como este abaixo:
Para entender melhor sobre como definir as cores do seu projeto de arquitetura e interiores baixe o nosso Guia Rápido totalmente gratuito clicando aqui.
Com este guia rápido para consulta, você aprenderá tudo que você precisa saber para se sentir mais seguro na hora de escolher a paleta de cores de um projeto de arquitetura e interiores. Nele você encontrará conteúdos sobre o círculo cromático - o que é, sua composição, cores primárias, secundárias e terciárias - e as leis da harmonização - cores complementares, análogas e tríades.
4. Teste a cor da tinta antes de pintar
Depois de definir as cores, é hora de testá-las! É recomendado realizar o teste da tinta em uma pequena área da superfície que será pintada, pois algumas cores, após aplicadas e secas na superfície, podem sofrer interferência da iluminação do ambiente e dar a impressão de que mudaram de cor, ficando mais claras ou mais escuras.
Você pode até se aventurar e testar alguns formatos de pintura geométrica, que tal? Para se inspirar, leia nosso artigo completo sobre o tema, clicando aqui.
5. Considere a iluminação do ambiente
Como falado no tópico anterior, na hora de testar o tipo de tinta escolhido, a percepção da cor pode ser alterada conforme a iluminação do ambiente. Por isso, tenha em mente que a luz natural é a que mostra a cor mais verdadeira, enquanto que uma iluminação mais quente traz tons amarelados e alaranjados e uma iluminação fria, tons azulados.
6. Escolha a ferramenta de pintura
“Dependendo do que você vai pintar, você vai precisar de uma ferramenta específica. Tetos e paredes podem ser pintados com rolos, pincel ou spray. Guarnições e detalhes pedem um pincel, porque dão mais controle da situação. Superfícies planas são mais fáceis de pintar com o rolo.”
A escolha da ferramenta irá influenciar diretamente no rendimento da tinta.
7. Calcule a quantidade de tinta necessária para o ambiente
Você já definiu o tipo de tinta, as cores e está pronto para fechar o orçamento...Mas como saber a quantidade de tinta necessária para o ambiente?
Principais aspectos na hora de calcular a tinta:
👉 Área total a ser pintada: antes de tudo é preciso saber a área total da superfície que receberá pintura. Para obter essa medida, meça a largura e a altura das paredes, em seguida multiplique esses valores para obter a área total.
👉 Medidas das portas e janelas: é necessário também ter em mãos as medidas (largura e altura) das portas e janelas do ambiente. Essa quantia deve ser subtraída da área total a ser pintada, resultando em um valor mais preciso da quantidade de tinta necessária.
👉Número de demãos: isso irá depender do estado atual da superfície que receberá a tinta. Se está bem acabada ou mal acabada, se possui um pigmento escuro e será pintada com tinta clara. Enfim, de uma forma geral, os fabricantes recomendam no mínimo 2 demãos de tinta para um resultado satisfatório.
👉 Rendimento da tinta: falamos nos tópicos acima que a superfície a ser pintada e o tipo de tinta influenciam no rendimento do produto. Porém, hoje em dia, essa informação é facilmente encontrada nas especificações técnicas do produto, geralmente informando o rendimento em m²/por demão.
E para facilitar ainda mais o cálculo, nós da Vobi desenvolvemos uma calculadora de tinta para te ajudar a quantificar a quantidade de pintura que será necessária para o seu projeto. É simples, rápida e gratuita. Para começar a usar basta CLICAR AQUI.
Até a próxima,
Equipe Vobi
Referências:
www.pinheirotintas.com.br
www.casa.abril.com.br
www.forumdaconstrucao.com.br
www.bremenkampconstrucao.com.br
www.clubedastintas.com