Tipos de Ergonomia
May 3, 2023

Ergonomia: O que é, tipos de ergonomia e suas aplicações

A Ergonomia é uma ciência que trata de projetar e organizar as coisas para que as pessoas possam usá-las com facilidade e segurança. Existem diferentes tipos de ergonomia e mesmo que você não perceba, ela impacta em todos os ambientes que você frequenta, seja em casa, no trabalho ou em momentos de lazer.

Dê uma olhada em seu ambiente agora. Tudo o que você pode ver que é feito pelo homem, foi projetado para se adequar ao usuário final, desde a alça da sua caneca de café até o formato e o tamanho da sala em que você está. Nada é acidental; a civilização humana foi construída precisamente de acordo com a estrutura e as capacidades de nossos corpos. O mundo seria um pouco diferente se, por exemplo, todos nós tivéssemos oito pernas em vez de duas.

No entanto, quando descrevemos algo como ergonômico, não queremos dizer apenas que é adequado para uso humano. "Ergonômico" significa que uma atenção especial foi dada ao design para garantir que ele seja o melhor possível para o usuário, o ambiente e a tarefa.

Preparamos este artigo para que você possa entender, de forma simples e objetiva:

1. O que é Ergonomia?

Segundo o Conselho Executivo da International Ergonomics Association (IEA - Agosto de 2000):

“Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica preocupada com a compreensão das interações entre humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e desempenho geral do sistema.”

A palavra Ergonomia vem da palavra grega “ergon” que significa trabalho e “nomos” que significa leis. São essencialmente as “leis do trabalho” ou “ciência do trabalho”. Um bom Design Ergonômico remove incompatibilidades entre o espaço e o indivíduo e cria o ambiente ideal, seja para trabalhar, estudar ou até mesmo relaxar.

Para alcançar o design de melhores práticas, os ergonomistas usam os dados e técnicas de várias disciplinas:

  • Antropometria: tamanhos, formas corporais, populações e variações;
  • Biomecânica: músculos, alavancas, forças e força;
  • Física ambiental: ruído, luz, calor, frio, radiação e sistemas de vibração do corpo (audição, visão, sensações);
  • Psicologia aplicada: habilidade, aprendizagem, erros e diferenças;
  • Psicologia social: grupos, comunicação, aprendizagem e comportamentos.
tipos de ergonomia

2. Tipos de Ergonomia

A Associação Internacional de Ergonomia se divide em três domínios de especialização. Vamos agora conhecer um pouco sobre cada um dos tipos de ergonomia:

2.1 Ergonomia Física

Na Ergonomia física, são principalmente as interações fisiológicas das pessoas e suas atividades que estão em foco.

As melhorias são buscadas nas áreas de:

  • Postura;
  • Manipulação corporal;
  • Transporte de pesos pesados;
  • Movimentos (especialmente os repetitivos);
  • Configuração dos postos de trabalho;
  • Procedimentos de segurança e saúde em geral.

Em um exemplo prático, é através dos estudos da Ergonomia Física que podemos avaliar se uma cadeira favorece uma postura correta ou se a movimentação para manipular e levantar um determinado objeto é adequada ou prejudicial.

No caso da ausência da Ergonomia Física, diversas lesões são passíveis de acontecer. Abaixo, estão descritas algumas destas lesões:

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2.2 Ergonomia Cognitiva

A Ergonomia Cognitiva lida com os aspectos mentais (intelectuais e psicológicos) da relação operador-atividade: percepção, raciocínio, memória, estímulos e respostas psicomotoras, etc.

As melhorias relacionadas com a Ergonomia Cognitiva têm a ver com questões de:

  • Desempenho;
  • Decisão de cometer erros de gestão;
  • Estresse profissional;
  • Carga mental;
  • Confiabilidade humana;
  • Interação homem-máquina.

Intervenções para melhorias no aspecto cognitivo geralmente envolvem ações de treinamento e desenvolvimento dos funcionários.

2.3 Ergonomia Organizacional

A Ergonomia Organizacional se concentra principalmente nas questões estruturais dos sistemas profissionais:

  • Organização de processos e regulamentos operacionais;
  • Políticas da empresa;
  • Clima organizacional;
  • Cultura.‍

Seu objetivo é adaptar as condições da empresa para preservar a saúde e o bem-estar do trabalhador.

3. A Ergonomia no Design de Interiores

A habilidade de projetar um ambiente ergonômico é muito importante para alcançar a desenvoltura e funcionalidade humana. No caso da ergonomia no Design de Interiores, cabe ao Arquiteto(a) ou ao(a) Design de Interiores, tentar atingir esse objetivo através das suas escolhas de projeto.

Ao projetar qualquer ambiente, cabe ao(a) responsável pelo projeto, levar em consideração as formas mais confortáveis ​​e eficientes de trabalhar em um ambiente, sem deixar de lado o quesito da estética e do orçamento.

Em uma cozinha, por exemplo, é necessário que haja espaço suficiente para se mover livremente, mas ainda ser capaz de chegar a diferentes armários, gavetas e utilitários com facilidade e frequência.

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Um exemplo prático para aplicação da Ergonomia no Design de Interiores é a chamada "Regra do triângulo" para o espaço da cozinha; a qual orienta que as três principais funções de trabalho de uma cozinha, que são a geladeira, a pia e o fogão, estejam próximas umas das outras, mas não o suficiente para fazer alguém se sentir contido e desconfortável, para que possam trabalhar com eficiência no espaço.

Sabemos que, depois de um tempo, saber as medidas ergonômicas ideais para cada ambiente na hora de desenvolver um projeto de arquitetura ou design de interiores fica quase automático. Mas, para te ajudar com aquelas medidas que você ainda não sabe decoradas ou precisa tirar a dúvida na hora do projeto executivo, fizemos uma curadoria e organizamos um Guia de Ergonomia para arquitetura e design de interiores.

4. A Ergonomia no Ambiente de Trabalho

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Em sua essência, a Ergonomia trata da construção de um local de trabalho melhor. Quando os empregos são projetados para corresponder às capacidades das pessoas, a consequência direta é um melhor trabalho sendo produzido e uma experiência melhor para quem o realiza. Por meio dessa lente, a ergonomia cria valor em várias frentes. O resultado dessas melhorias é excelente, tanto para a empresa quanto para o funcionário.

Para orientar quais as medidas ergonômicas devem estar presentes no ambiente de trabalho, no Brasil, foi estabelecida - pela Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990 - a Norma Reguladora - NR17.

A Norma Regulamentadora nº 17 é comentada, item por item, com o objetivo de esclarecer o significado dos conceitos expressos, caracterizando o que se espera em cada enunciado e definindo os principais aspectos a serem considerados na elaboração de uma Análise Ergonômica do Trabalho, ressaltando que a realização desta análise tem como objetivo principal a modificação das situações de trabalho.

É importante ressaltar que, em tempos de isolamento social, é preciso levar em conta as orientações de Ergonomia no Home Office também.

4.1 Quais os benefícios da Ergonomia no Ambiente de Trabalho?

Práticas eficazes de gestão de saúde e segurança são bons negócios e, com a Ergonomia, certamente não é diferente.

Implementando um método eficaz e eficiente, o processo de Ergonomia contribuirá para quase todas as metas de negócios declaradas da organização, incluindo redução de custos, melhoria de produtividade e melhoramento do desempenho operacional.

  • Custos mais baixos: Ao controlar os fatores de risco causais que levam a danos físicos ocasionados pelo trabalho, em funcionários; a maioria das organizações podem alcançar reduções significativas relacionadas a seus custos, incluindo: dias de trabalho perdidos, dias de trabalho restritos e custos de compensação.
  • Produtividade aprimorada: As melhores Soluções Ergonômicas geralmente aumentam a produtividade. Ao projetar um ambiente que permita uma boa postura, menos esforço, menos movimentos e melhores alturas e alcances, a estação de trabalho torna-se mais eficiente.
  • Melhor qualidade do produto ou tarefa executada: Ergonomia deficiente leva a trabalhadores frustrados e cansados ​​que não executam seu melhor trabalho. Quando a tarefa é fisicamente muito desgastante para o trabalhador, eles podem não realizar seu trabalho como foram treinados. Por exemplo, um funcionário pode não apertar um parafuso com força suficiente devido a uma grande força - requisito que poderia criar um problema de qualidade do produto.
  • Melhor desempenho comercial: Empresas que investem no desempenho em saúde e segurança costumam ser recompensadas pelos mercados por seu desempenho. O portfólio do Prêmio Koop, por exemplo, superou o índice S&P 500, com valorização das ações de 325% em comparação com a valorização média de 105%.

4.2 Promovendo uma boa Ergonomia no Ambiente de Trabalho

Como todos nós passamos muito tempo no trabalho, é importante que os empregadores promovam uma boa Ergonomia. E, embora a compra de equipamentos ergonômicos adequados seja um primeiro passo vital, não é de forma alguma a única solução.

  • Configuração da estação de trabalho: A configuração da estação de trabalho é tão importante quanto ter o equipamento certo. A configuração envolve o posicionamento do equipamento na altura, ângulo e distância corretos para as necessidades do usuário.
  • Movimento regular: A chave para maior saúde e produtividade no local de trabalho é encontrar o equilíbrio perfeito entre mover-se, ficar em pé e sentar-se. De acordo com o "padrão de trabalho ideal de Hedge" desenvolvido pela Cornell University, você deve dividir o seu dia de trabalho em blocos de 30 minutos. Em cada pedaço, você deve passar 20 minutos sentado, oito minutos em pé e dois minutos se movendo ou se alongando.‍
  • Tecnologia: As pessoas precisam de ferramentas digitais e software que funcionem. Software inutilizável ou lento leva à frustração e baixa produtividade. Ergonomia tem tudo a ver com usabilidade, mesmo quando se trata da tecnologia que usamos.

#Dica: Você já conhece a Plataforma Vobi? A plataforma é o que há de mais eficiente em termos de tecnologia e produtividade para Arquitetos autônomos e escritórios de Arquitetura. Se você quer melhorar a Ergonomia no seu ambiente de trabalho, essa é uma excelente ferramenta de trabalho. Solicite seu convite!

  • Temperatura: A temperatura do local de trabalho pode ser uma questão controversa porque todos nós temos preferências diferentes. Se estiver muito quente, não podemos nos concentrar. Já, se estiver muito frio, podemos ficar rígidos. ‍
  • Ruído: O ruído pode ser muito perturbador. Considere os tipos de trabalho que as pessoas realizarão ao projetar o layout de qualquer espaço de trabalho. Se possível, forneça áreas tranquilas onde as pessoas possam se concentrar se o ambiente ficar muito barulhento. ‍
  • Espaço: Layouts de espaço de trabalho mal planejados podem causar problemas - especialmente se os funcionários sentirem que seu espaço está sendo invadido. Espaço insuficiente na mesa pode aumentar a chance de maus hábitos de mouse e teclado. Na hora de elaborar seu projeto, tente pensar em layouts inteligentes que maximizam todo o espaço disponível para melhorar a produtividade dos futuros funcionários.‍
  • Iluminação: Um espaço de trabalho muito claro ou muito escuro pode causar fadiga ocular. Considere cuidadosamente o tipo e o posicionamento das luzes, garantindo que os funcionários também tenham acesso à luz natural.

Independente da área de aplicação, é válido ressaltar que, ao pensar em Ergonomia, é preciso considerar as necessidades de um grupo específico. Sendo assim, para implementá-la corretamente no seu projeto (seja no seu ambiente de trabalho ou até mesmo em seus ambientes de lazer) é preciso analisar as características do ambiente, quem vai usufruir dele, os possíveis riscos e, então, fazer as adequações necessárias para garantir a saúde, funcionalidade e estética das suas decisões.

Guia de Ergonomia para Arquitetura

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Até a próxima,

Equipe Vobi


Referências

www.ehs.unc.edu

www.posturite.co.uk

www.arch100and110.blogspot.com

www.ergoweb.com

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